quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Afecto

Vejo hoje uma notícia que diz que 25% das crianças com menos de 10 anos em Portugal, vivem abaixo do limiar da pobreza. Destes 25%, quase um terço delas vivem em lares de acolhimento de várias instituições. Quando perguntado a uma responsável da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa quais as principais necessidades das crianças ali acolhidas, responde "...afecto. Sobreutudo afecto". Menos mau pensaremos nós. Pelo menos têm roupa, cama, comida e serviços de saúde. Respondendo a esta pergunta da jornalista, a mesma responsável responde "...sim. Mas isso são necessidades básicas que vamos conseguindo resolver, mais tarde ou mais cedo. O afecto não. Falta-lhes hoje, e quem sabe quando terão. Vivemos numa sociedade em que o afecto parece ser comprado nas embalagens de farinha amparo. É instantâneo e pouco duradouro. A sociedade portuguesa tem que entender que o afecto que damos hoje, perdura no tempo para quem o recebe. É uma sociedade estranhamente afastada dos afectos...". Curioso. Absurdo mesmo. Abdicamos do afecto. Estranhamos o afecto. Quando existe, desconfiamos. Por natureza, vemos no afecto uma segunda intenção. Achamos que ele não pode ser real. Achamos que não existe. É-nos estranho...

2 comentários:

Anónimo disse...

not to me...:-)
kisses

Anónimo disse...

and to me ehehe:-)
beijos